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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

[Opinião] “100 Graus Celsius” de Miguel Aires-Lisboa (Chiado Editora)




Sinopse:

Em Agosto de 2013 apareceu no Céu o Grande Sol, a Nova Solar. Enquanto a superfície do planeta ardia e a maior parte da sua água se evaporava, a loucura apoderou-se das nações e uma guerra termonuclear sem precedentes fustigou ainda mais a Terra moribunda. A Humanidade à beira da extinção foi salva pela ciência. Quase dois séculos e meio depois, Lourenço Rios, açoriano e ex-detective particular, aceita um último trabalho que o faz percorrer parte do que resta do mundo e as novas colónias do sistema solar à procura de si próprio, de justiça, e até mesmo de Deus e da origem da Vida. É neste cenário pós-apocalíptico, onde as viagens interplanetárias são tão banais quanto necessárias, que se desenrola toda uma intriga que nos leva da Terra a Marte, e às luas geladas de Júpiter onde o comércio de água, o bem mais precioso do Universo, dita as suas leis. E o mundo? Será que começa e acaba sempre quando um homem e uma mulher se apaixonam? E será possível amar no Inferno?

Ficha técnica:

Edição/reimpressão: 2010
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789898222787

Opinião:

“110 Graus Celsius” leva-nos de um mundo pós-apocalíptico onde a humanidade luta pela sobrevivência. O sol transforma-se numa Nova, a camada de ozono desaparece e a Terra fica à mercê dos prejudiciais raios ultravioletas. Quase sem água e com o Oxigénio a escassear, são tempos desesperados.
Quanto ao livro em si, a ideia está muito interessante e as consequências do “ desastre” muito realistas. O ritmo do livro inicia lento mas vai acelerando com avançar da história. Apesar de ter alguns termos científicos, Miguel Aires-Lisboa, conseguiu criar um romance acessível a todos os leitores.
O mundo é bastante realista e as descrições dos cenários são curtas mas eficazes. Somos facilmente transportados para Marte, Io e para outros tantos lugares. Achei bastante prática a solução para o problema da duração de uma viagem interplanetária e as escolhas que não dadas aos passageiros.
As personagens são bastante interessantes, é bem evidente que todas têm um passado, mesmo que não esteja implícito no livro. Estão bem desenvolvidas e “não caem do céu” todas têm uma razão de existir.
O livro em si tem algumas gralhas. São coisas simples como por exemplo hífens fora do sítio, coisas que passam despercebidas facilmente numa revisão. Isto não afecta de modo nenhum a leitura do mesmo.
O final, esse está bastante interessante. Vemos a evolução de Lourenço Rios, será que a viagem o irá mudar? O que é que ele descobrirá acerca de si próprio?
Um livro para quem é amante da ficção científica e para curiosos. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Entrevista à Carina Rosa.


  • A primeira entrevista aqui no blog vai ser à escritora Carina Rosa, autora do livro "O Intruso", editado pela Chiado Editora. o qual foi criticado aqui no Blog. E também está em passatempo. Vamos passar à entrevista.  

    O Sofá dos Livros
    Como te sentes ao ver o teu primeiro livro editado?
    Carina Rosa

    É uma satisfação e um orgulho muito grande. Na verdade, nunca esperei chegar até aqui quando comecei a escrever a primeira linha da obra. Nem pensei que fosse tudo tão rápido, desde o início do livro à sua publicação. Quando vi a capa do livro pela primeira vez, nem me pareceu real e questionei-me como era possível ter chegado até ali. É gratificante ver uma história que criei a partir de uma folha de papel em branco ser lançada para o mundo e vê-la reconhecida e apreciada.

    O Sofá dos Livros

    Um sonho tornado realidade então. Como te surgiu a ideia para este livro?

    Carina Rosa

    Sem dúvida. Desde criança que gosto de escrever. Costumava dizer à minha mãe, ainda muito nova, que queria ser escritora. Recordo-me de ela me dizer que isso não era de todo uma profissão estável e que eu devia escolher algo ligado às letras. Por isso acabei por seguir o curso de Ciências da Comunicação, e também pelo facto de trabalhar em jornalismo de imprensa, acabei por ficar inevitavelmente ligada à literatura. Acho que podia ter começado muito mais cedo, apenas não acreditava em mim o suficiente. Desta vez, decidi de facto seguir este sonho e fiquei surpreendida quando o vi concretizado.

    Quando comecei a escrever a obra, estava um pouco perdida quanto ao tema. Só sabia que queria escrever. Depois de escrever algumas linhas de pensamentos que me iam surgindo, completamente aleatórios, sem um rumo definido, comecei a pensar naquilo que mais me fascinava. Naquilo que eu mais gostava de pensar, falar e escrever. Sempre fui fã de romances, mas também do oculto, do desconhecido, do suspense. E acabei por perceber que só poderia começar por uma junção de todas essas vertentes. A partir daí, a história foi surgindo e acabou por se tornar num vício tão grande que acabei por terminá-la no prazo de um mês e meio.

    O Sofá dos Livros

    O título "O intruso" pode ser de uma forma tomado em dois sentidos. O rodrigo como invasor da vida de sara, ou o Martim como invasor daquela relação doentia. Qual deles para ti é o intruso?

    Carina Rosa

    É uma pergunta engraçada e pertinente. De facto, quando pensei no título, tinha em mente «A Sombra», porque para mim o Rodrigo não era mais do que isso. Escolhi «O Intruso» porque era um título mais pesado, mais forte, e na verdade, dentro de mim tive sempre a ideia de que o Rodrigo não era de todo um intruso, nem deveria ser. Porque para ele, ele está sempre, ao longo da história, a ocupar o lugar que sempre lhe pertenceu. Neste caso, o intruso seria o Martim, mas dadas as cricunstâncias e a própria decisão da Sara, ao escolher um caminho e um homem para amar, o intruso não poderia ser outra pessoa senão o Rodrigo. E ao longo da história, vai-se percebendo que afinal de contas, o Rodrigo é a personagem a mais. A carta fora do baralho. Vai-se percebendo que apesar de tudo aquilo que o liga à Sara, ele é apenas o passado. Não o presente.

    O Sofá dos Livros

    A tua experiência enquanto jornalista auxiliou-te no processo criativo?

    Carina Rosa

    Talvez um pouco, no que toca à fluidez da escrita e do pensamento. No entanto, o jornalismo é uma profissão muito fechada, em que não há espaço para imaginar, para criar. No jornalismo, temos de basear-nos em factos reais e seguir concretamente as regras do código deontológico. Não há espaço para a ficção. Basicamente, é um processo de investigação sobre alguma coisa que outra pessoa criou. Ao escrever, sinto uma liberdade impossível de sentir no jornalismo.

    O Sofá dos Livros

    São complementares então. Baseaste-te nalguma tragédia conhecida?

    Carina Rosa

    Não. Toda a história é fictícia, embora algumas personagens tenham um pouco de mim, principalmente a Sara. Um simples ponto da personalidade ou um mero pensamento. O que seja. É interessante que algumas pessoas já me disseram que lhes pareceu estranho conhecerem-me como me conhecem e imaginarem algumas partes da história saírem da minha cabeça (risos). No entanto, outras pessoas já me disseram que me encontraram em algumas partes da história. O que significa que algumas pessoas conhecem um lado de nós, outras conhecem um outro lado e apenas algumas conhecem quase tudo. Porque penso que apenas nós mesmos nos conhecemos completamente.

    O Sofá dos Livros

    Já tens algum novo livro na gaveta pronto para ver a luz do dia?

    Carina Rosa

    Sim. Já tenho vários (risos). Neste momento, estou a escrever o meu quarto romance e estou a gostar muito. Mas cada coisa a seu tempo. O segundo e o terceiro já estão nas mãos dos meus mais recentes agentes, o coordenador do jornal O ALGARVE, onde trabalho, e a ex-directora desse mesmo órgão de comunicação social, que me apoiaram sempre desde o primeiro momento, no que toca a críticas e melhorias das minhas obras. É claro que estou ansiosa que vejam a luz do dia, mas quero deixar assentar esta primeira obra. Quero que seja conhecida, reconhecida e apreciada pelos leitores. E para isso, preciso de tempo. Não quero lançar obras em cima de outras. Quero fazer as coisas com tempo e rigor, porque só assim posso ter sucesso.

    O Sofá dos Livros

    O final do livro deixa a entender que algo mais vai acontecer. sentes vontade de revisitar as personagens?

    Carina Rosa

    Outra pergunta interessante. Quando terminei a obra, não tive qualquer vontade de continuá-la. Acho que certas coisas devem ficar assim mesmo. No ar, no suspense, indeterminadas. Na verdade, acho que há uma certa magia nisso. No facto de ficar ao critério de cada um. Na imaginação de cada um. É claro que cada história é uma história e certas histórias não podem ter outro destino senão terminar definitivamente. Quando terminei «O Intruso», não achei que fosse o caso desta. E a opinião entre o continuar e o não continuar divide-se também entre os meus dois agentes, que têm opiniões opostas. Neste momento, a pedido de algumas pessoas, que fazem questão em ver a obra continuada, talvez leve esse pensamento em consideração. Um dia. Mas para ser sincera, tenho tantas histórias na minha mente que gostaria de ver escritas que o meu desejo é escrever sempre coisas diferentes.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

[Opinião] "O Intruso" de Carina Rosa



Sinopse:

Sara é uma mulher deprimida e atormentada por um passado trágico. A casa que outrora pensara ser um refúgio contra as lembranças de uma vida que desejava esquecer, é agora um antro de sombras que a perseguem.
O reencontro com Martim, um rosto que lhe é de alguma forma familiar, de um passado longínquo, provoca-lhe uma avalanche de sentimentos que poderão mudar a sua vida para sempre. Mas o passado nunca poderá ser apagado e Sara vê-se obrigada a tomar decisões que podem fazer a derradeira diferença ente a vida e a morte.
Poderá Martim salvá-la de uma realidade que foge ao seu alcance? Ou poderá afundá-la ainda mais naquele poço sem fundo, em que não há saída possível, senão a morte?

A autora:

Nasceu em Lisboa, mas desde sempre que vive no Algarve, mais concretamente há 26 anos, na cidade de Loulé, distrito de Faro.
As suas competências ao nível da escrita revelaram-se desde cedo, ainda no primeiro ciclo. E como forma de complementar as várias vertentes deste Mundo ligado à arte, dedicou grande parte da sua vida à Ginástica Acrobática, pelo Louletano Desportos Clube. Aos 18 anos, chegou a integrar a Selecção Nacional de Trampolins e Desportos Acrobáticos, participando em várias competições internacionais, nomeadamente no Campeonato do Mundo, da Europa, e Taça do Mundo. Mas a paixão pela escrita acabou por levar a melhor em termos profissionais.
Licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade do Algarve e desde 2008 que se dedica ao jornalismo de imprensa. Depois de uma passagem pelo Jornal Carteia, em Quarteira, onde trabalhou durante um ano, é agora jornalista a tempo inteiro no semanário O ALGARVE, o jornal mais antigo da região e o terceiro mais antigo do País.
Escrever um livro era um sonho que começa agora a tomar forma. O Intruso é o seu primeiro romance.

Ficha técnica:

Autor: Carina Rosa
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 190
Data de publicação: Outubro de 2012
Género: Romance
Preço: 12,00 €
ISBN: 978-989-697-783-2

Opinião:

Este romance de estreia de Carina Rosa é surpreendente.”O Intruso” é um livro empolgante que nos deixa sem folego. O suspense mantem-se até A última página e com um final que nos deixa a desejar por mais. De leitura rápida, não conseguimos deixar de ler e chegar às últimas palavras.
As personagens que a autora criou são ricas e maduras. Estão bem desenvolvidas e com problemas e sentimentos reais.
Sara é uma mulher atormentada pelo seu passado que a persegue há cinco anos. Recusa-se a viver, apenas sobrevive. Uma série de percalços engraçados faz com que conheça Martim. Um homem maduro e com uma personalidade extremamente forte e mulherengo. Será que Martim poderá trazê-la de volta à vida e afastar os fantasmas que a perseguem? Ou será que Rodrigo levará a melhor?
A autora leva a obsessão ao limite e cria um thriller viciante e emocionante.
Com uma escrita simples, repleto de acção, é um livro a não perder. Podem habilitar-se a ganhar um exemplar aqui no blog no passatempo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

“Memórias de um Caçador de Vampiros” de Ardo Antas




Sinopse:

Numa época de luzes em que os seres sobrenaturais são pouco mais do que personagens de ficção para os que nunca com eles se cruzaram, um estranho símbolo foi visto gravado numa Harley Davidson. O símbolo de um grupo de pessoas que declarou guerra a um dos mais antigos mitos da civilização: as criaturas com dentes de sabre e olhar a sangrar, popularmente conhecidos como "vampiros". Mas afinal, o que são eles? De onde vêem? Quais as suas origens? Quais os seus intentos? E, sobretudo, como se combatem? Rick Chambers sabe responder a esta última questão e, quanto às outras, tem fortes suspeitas que partilha nos seus diários de caçador de vampiros. Mas quem é, na verdade, o homem de calças de ganga e botas de cowboy que se desloca numa Harley Davidson em diversos locais com acontecimentos inexplicáveis? O que sabe ele que as restantes pessoas parecem ignorar? Aqui fica a sua visão original do mundo e de duas das espécies que o habitam.

Ficha técnica:

Título: Memórias de um Caçador de Vampiros
Autor: Ardo Antas
Colecção: Viagens na Ficção
Género: Fantástico
Páginas:286


Opinião:

Num mercado já carregado de livros de sobrenatural, Ardo Antas traz-nos um romance diferente e original. Os vampiros não têm qualquer remorso ou adoração pela humanidade e mortalidade, para eles somos apenas comida. Uma aproximação refrescante ao tema.
Ardo Antas leva o romance supernatural a um novo nível. Com uma escrita de qualidade, apenas tenho um reparo a fazer, as frases em inglês deveriam ter sido traduzidas uma vez que há leitores que podem não estar familiarizados com esta língua. É um romance repleto de acção, com alguns momentos de pausa onde ficamos a conhecer um pouco mais acerca dos vampiros e da sua história. O autor revela nesses momentos a extensa pesquisa que realizou acerca dos diversos mitos e da história americana e conseguiu relacioná-los de uma forma eficaz e interessante. A utilização do narrador participante, o próprio personagem principal Rick Chambers faz com que o leitor mergulhe completamente no Universo do livro e que se sinta a caminhar nas pegadas deste.
Todas as personagens que o autor nos apresenta neste livro estão bem desenvolvidas e com um passado bem definido, podemos não saber todos os pormenores mas eles estão implícitos.
Ardo Antas conseguiu cativar os leitores neste seu primeiro livro e colocar a fasquia elevada para o seu segundo. Vamos esperar para ver.