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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ser cientista e ser escritor

Muitas pessoas perguntam-me como é que posso ter estudado para astrónoma e ter uma paixão pela escrita.
A verdade é que as duas são semelhantes. Em ambas temos de usar a nossa imaginação, a linguagem é que é diferente. Na astronomia utilizamos principalmente números e letras, enquanto que na literatura juntamos essas mesmas letras para construirmos frases.
Estas minhas duas paixões estão presentes na minha vida desde muito cedo. A paixão pela escrita começou com as histórias que os meus pais inventavam para nos contarem (eu tenho mais duas irmãs), depois essa função passou para mim. Comecei a inventar contos para a minha irmã mais nova. 
Os meus pais sempre tiveram imensos livros e enciclopédias em casa, uma das minhas preferidas tinha um capítulo inteiro dedicado à astronomia, em primeiro via apenas as imagens e depois comecei a ler e aproveitei ao máximo, cheguei a saber de cor o que dizia de tantas vezes que o li.
Com o tempo refinei o meu gosto pela literatura, passei a ler todo o tipo de livros. E sempre a escrever.
Consegue-se conciliar gostos diferentes, por vezes pensamos que um cientista não pode gostar de letras. Mas a verdade é que muitos cientistas escrevem, sejam matemáticos, sejam físicos. 
A ciência e a literatura têm mais em comum do que se pensa. Se não fosse assim, então como poderiam os cientistas inventar teorias tão complicadas como a Teoria da Relatividade, ou mesmo a Mecânica Quântica. Quantos livros de ficção científica existem? Imensos. Um dos melhores escritores de ficção científica é Júlio Verne. Quantas das suas ideias são agora utilizadas. Ele imaginou um submarino, a viagem à Lua, viagens ao centro da terra. Quantos de nós não nos sentimos inspirados pelas suas ideias e tentamos realizá-las de alguma forma. Assim a ciência é influenciada pela literatura e vice-versa.
Portanto não é de admirar que se veja um cientista-escritor.