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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

[Opinião] “Regresso ao Suez” de Stevie Davies ( Civilização Editora)


Sinopse:

Regresso ao Suez é um drama humano e político envolvente, passado no período pós-guerra quando a Grã-Bretanha, o vencedor falido da Segunda Grande Guerra, tentou assumir-se como potência imperial num mundo totalmente alterado. O romance tem lugar imediatamente antes da Crise do Suez, que acabou por ser um modelo das futuras invasões do Iraque e do Afeganistão. Nesta história comovente, a tragédia de Joe é a de um trabalhador comum da sua geração: é um homem encantador, bem-humorado e sentimental em quem a dose comum de racismo e misoginia ganha proporções doentias e dolorosas. Ailsa, inteligente, curiosa e ansiosa por explorar a realidade do Egito a que acaba de chegar, conhece, na viagem, Mona, uma palestiniana que a incentiva a desejar um mundo que está para lá dos seus horizontes. Quando o melhor amigo de Joe é assassinado por terroristas egípcios, a relação entre Joe e Ailsa entra numa espiral de tragédia. Apesar de tudo, o amor resiste. Na velhice, a sua filha Nia recorda o passado e segue o rasto dos pais, atravessando o Canal do Suez acompanhada da agora idosa Mona. Foi dito a Nia que o seu pai era um herói da guerra: agora ela irá encarar uma dolorosa verdade.

Ficha Técnica:

Data de lançamento      Setembro 2013
ISBN      9789722633796
Dimensões        15,5 x 23,5 cm
Nº Páginas         400
Encadernação   Capa mole

Opinião:

“Regresso ao Suez” é um romance que se passa na Segunda Guerra Mundial. É um livro muito denso e pesado. A leitura torna-se lenta e pesada.

As personagens são bastantes complexas, assim como as relações entre elas. A autora consegue criar uma aura de mistério em torno dos eventos que nos deixa a querer descobrir a verdade.

Este é um exemplo em como um ideal que temos acerca de uma pessoa pode estar errado e como não devemos idealizar as pessoas.

Quanto a forma em que o livro está estruturado é muito confusa e por vezes perdia-me na leitura tendo de voltar para trás para compreender. Não sei se este é mesmo o estilo da autora, já que nunca li nada dela anteriormente.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

[Opinião]“Não Olhes para trás” de S. B. Hayes (Civilização Editora)


Sinopse:

Durante toda a sua vida, Sinead foi atormentada por Patrick, o seu irmão manipulador. Agora ele desapareceu; no entanto, não parou de a perturbar. Quando a sua mãe autoritária a obriga a ir à procura do irmão, Sinead encontra uma série de pistas sinistras que sabe terem-lhe sido deixadas por Patrick. Essas pistas levam-na a Benedict House, um lugar onde o tempo parou e onde nada é o que parece. É aí que conhece James, que também procura respostas para o seu passado atribulado. Juntos, James e Sinead irão descobrir verdades aterradoras, que irão pô-los à prova até ao limite. Porque Benedict House não pertence aos que estão vivos, e Patrick não olhará a meios para os derrotar…

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 360
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722633666
Coleção: Ficção Juvenil

Opinião:

Este livro é mais indicado para adolescentes, funciona como uma introdução ao suspense. E atrai para uma leitura compulsiva.

“Não olhes para trás” trata da relação doentia entre dois irmãos, Sinead e Patrick, e os jogos que os dois têm. Este é o derradeiro jogo, em que a vida de ambos está em risco e tudo depende do que Sinead encontrar.

Com o evoluir da história compreendemos mais a relação doentia entre os dois e acabamos por nos deixar envolver pela fenomenal escrita da autora que é completamente adaptada à idade do seu público-alvo e mantendo o clima de tensão que auxilia o leitor a entrar na história. O facto de a história ser narrada na primeira pessoa ajuda a sentirmos empatia com a personagem principal.

Dei um impulso para a frente, com a consciência de algo estranho atrás de mim, parecendo que qualquer coisa se aproximava rapidamente. Um olhar ansioso por cima do ombro não me mostrou outra coisa senão o matagal impenetrável. Comecei a correr, em passadas frenéticas e atabalhoadas que não me levaram mais depressa a lugar nenhum; não eram só as folhas que me arranhavam o rosto, havia ramos a tolher-me o cabelo, a espetar-se-me na cara, e espinheiros a puxar e a rasgar-me a roupa. Caí e rebolei, com as mãos a proteger instantaneamente a cabeça. Tentei levantar-me a cambalear, mas os espinhos cravaram-se na minha cabeça, nas mãos e até nos pés, dilacerando-me a pele.

Neste excerto vemos bem um exemplo da tensão que está patente no livro e como ficamos facilmente envolvidos.


É um excelente livro juvenil que agradará a miúdos e graúdos.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

[Opinião] “Sombras Passadas” de Mark Mils (Civilização Editora)


Sinopse:

França, 1935. Nos confins da Riviera fica Le Rayol, um refúgio para artistas, expatriados e refugiados. Aqui, longe dos rumores de um continente prestes a entrar em guerra, Tom Nash reconstruiu a sua vida após uma tumultuosa carreira nos Serviços Secretos.

Mas o seu passado não parece querer abandoná-lo. Quando um intruso tenta assassiná-lo durante a noite, Tom sabe que é apenas uma questão de tempo até tentarem de novo.

Todos os seus entes mais queridos estão reunidos em Le Rayol para passar o verão, incluindo Lucy, a sua adorada afilhada. A custo, Tom começa a acreditar que um deles o terá traído. Para sobreviver, Tom tem de eliminar o seu inimigo. Mas a que preço – para si e para aqueles que ama?

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 336
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722634885

Opinião:

Neste livro é bem patente a atmosfera da época pré 2ª Grande Guerra. Este romance está intercalada entre periodos mais calmos e periodos de acção mais intensa em que realmente ficamos a saber mais coisas acerca das situações. O livro tem um twist bastante interessante e também um final em aberto que nos deixa a suspeitar pela continuação.

Mark Mils consegue-nos surpreender a cada página e nos mostra um mundo diferente, em que as regras são diferentes das actuais.

Em paisagens exóticas no Sul de França o autor descreve um ambiente de mistério e espionagem. O amor surge no meio da confusão vindo de um lugar inesperado.

As personagens são realistas e têm personalidades fortes e bem vincadas. Tom tenta fugir ao seu passado e ser mais fiel a quem é, mas acaba por ter de recorrer ao seu lado mais negro para  escapar com vida. Por seu lado Lucy é uma jovem que se está a tornar mulher e que se sente a desabrochar.


É um romance que nos agarra desde a primeira páginas.

terça-feira, 23 de julho de 2013

[Opinião] “O Livro Negro” de Hilary Mantel (Civilização Editora)


Sinopse:

Com esta vitória histórica de O Livro Negro, Hilary Mantel tornou-se o primeiro autor britânico e a primeira mulher a receber dois prémios Booker, além de ter sido o primeiro autor a consegui-lo com dois romances consecutivos.

Continuando o que começou com o premiado Wolf Hall, regressamos à corte de Henrique VIII para testemunhar a ascensão de Thomas Cromwell enquanto planeia a destruição de Ana Bolena.

Em 1535 Thomas Cromwell é Primeiro-ministro de Henrique VIII, e o seu sucesso ascendeu a par do de Ana Bolena. Mas a cisão com a Igreja Católica deixou a Inglaterra perigosamente isolada e Ana não deu um herdeiro ao rei. Cromwell vê o rei apaixonar-se pela discreta Jane Seymour. A gerir a política da corte, Cromwell tem de encontrar uma solução que satisfaça Henrique VIII, salvaguarde a nação e assegure a sua própria carreira. Mas nem ele nem o próprio rei sairão ilesos dos trágicos últimos dias de Ana Bolena.
Um incrível feito literário, O Livro Negro é o relato deste terrível acontecimento da História, por uma das melhores romancistas da atualidade.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 440
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722635943

Opinião:

Hilary Mantel escolheu um tema já muito abordado na literatura, já desde Shakespeare que Henrique VIII é tornado personagem de romance e portanto é sempre um risco tentar ser original neste tópico. A autora conseguiu ser bem-sucedida. A autora é bastante clara e consegue transmitir com clareza as suas ideias ao leitor.

Em “O Livro Negro” acompanhamos os últimos dias de Ana Boleyn, a quem muitos atribuem a ideia da criação da igreja da Inglaterra. É habitual encontrarmos versões romanceadas dos acontecimentos, e muito mais emotivas. Aqui acompanhamos em primeira mão os jogos de poder que poderão ter ocorrido e que terão como resultado a queda de Ana e a sua morte.

Uma vez que é baseado em personagens históricas, os acontecimentos e as personagens são baseadas no que os registos históricos nos deixam compreender. O resto é ficção.


Geralmente associamos um romance histórico a algo maçador, este livro pelo contrário é bastante interessante e com uma evolução rápida. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

[Opinião] “Histórias para Sorrir” de Vários (Civilização Editora)


Sinopse:

Conheces a história da árvore da Lara, do galo que perdeu a voz, ou da zebra que tinha medo da sua sombra? Não? Então abre depressa este livro e descobre estas e outras histórias maravilhosas e divertidas que te vão encantar e fazer sorrir!

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 116
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722635769
Coleção: Álbuns de Encantar

Opinião:

Este livro infantil tem várias histórias infantis adaptadas à idade e são curtas que permitem ler aos nossos filhos uma em cada dia. Todas elas têm uma lição de moral a ensinar.

São histórias muito bonitas acerca da amizade, do amor e da coragem.

As ilustrações são ricas em pormenores e em detalhes. Ficamos perdidos a vê-las e não queremos perder nenhum dos detalhes. Nestas estão bem estampados os sentimentos de cada personagem, amor, medo, tristeza…


Gostei de todas as histórias, mas a minha preferida foi a do Trovão. Adorei a forma como foi escrita e a sua conclusão. Este livro vai fazer as delícias de pais e filhos, criando assim um ambiente de cumplicidade e criar hábitos de leituras nos nossos filhos.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

[Opnião] “Um amor perdido” de Alyson Richman (Civilização Editora)



Sinopse:

Nos últimos tempos de tranquilidade na Praga do pré-guerra, Lenka, uma jovem estudante de arte, apaixona-se por Josef. Casam-se, mas, pouco tempo depois, como tantos outros, são separados pela guerra.
Na América, Josef torna-se um obstetra bem-sucedido e constrói uma família, apesar de nunca esquecer a mulher que acredita ter morrido nos campos de concentração. Mas no gueto nazi de Terezín – e mais tarde em Auschwitz – Lenka sobreviveu, graças aos seus dotes artísticos e à memória de um marido que julgava nunca voltar a ver.
Agora, passadas décadas, um encontro inesperado em Nova Iorque reúne Lenka e Josef de novo.
Do conforto da vida em Praga antes da ocupação aos horrores da Europa Nazi, Um Amor Perdido explora a resistência do primeiro amor e do espírito humano e a capacidade de recordar.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 320
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722634021

Opinião:

O Holocausto e a Segunda Guerra Mundial destruíram inúmeras vidas. E os sobreviventes lidaram com as cicatrizes para o resto da vida. A culpa dos sobreviventes é bem patente em todos os que saíram dos campos de concentração.

Neste livro é-nos apresentada a história de um casal, Josef e Lenka, que foi separado pela guerra  e como os azares da vida podem alterar todo um percurso, todo um destino, que parecia promissor.

“Um Amor Perdido” é um livro viciante que agarra o leitor desde a primeira página, eu quis saber tudo, como é que eles se separaram, e porque é que, após a guerra, nunca se encontraram.

Está é uma história que é contada na primeira pessoa, revelando assim as angústias das personagens, as quais revelam os seus medos, sem preconceitos.

O primeiro capítulo do livro acaba de uma forma cativante:

- Sou eu, Lenka – Disse ele. – Josef. O teu marido.

Temos duas personagens que vivem presas aos fantasmas do seu passado. E que apenas sobrevivem e recusam-se a viver.

A história surpreende o leitor pela forma como envolve todos os personagens da história e o seu enredo.

Alyson Richman teve de fazer um grande trabalho de investigação para a elaboração do romance.

A autora consegue descrever com bastante elegância os horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, dando uma noção de autossacrifício e de resistência que muitos de nós não estaremos familiarizados. Também é bastante interessante a forma como ela guiou as duas personagens até ao final, sempre ignorantes da sobrevivência do outro.

domingo, 28 de abril de 2013

[Opinião] “Depois” de Rosamund Lupton (Civilização Editora)



Sinopse:

É um incêndio e eles estão lá dentro. Eles estão lá dentro… Fumo negro mancha o céu azul de verão. Uma escola está a arder. E uma mãe, Grace, vê o fumo e corre. Sabe que Jenny, a sua filha adolescente, está lá dentro. Corre para o edifício em chamas para a salvar. Depois, Grace tem de descobrir a identidade do autor do incêndio e proteger a sua família da pessoa que continua determinada a destruí-los a todos. Depois, tem de forçar os limites da sua força física e descobrir que o amor não conhece limites.

Críticas de imprensa
«Extraordinário […] de parar o coração […] um thriller muito bem construído.»
Mail on Sunday

«Tal como o Irmã, seu romance de estreia, Depois é um best-seller garantido. Lupton encontrou uma forma de combinar emoção intensa com um enredo empolgante.»
Daily Mirror

«Uma mistura arrojada e fascinante de suspense psicológico, thriller literário e paranormal […] muitíssimo bom.»
Seattle Times

«Fiquei absolutamente viciado […].»
Daily Mail

«[…] Lupton aborda com visão e entusiasmo o tema do efeito corrosivo da ambição.
Guardian

«Gostou de A Mulher do Viajante no Tempo? Este é ainda melhor.»
Company

«Leitura viciante desde a primeira linha […] Ritmado e envolvente.»
She

Ficha técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 432
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722633826

Opinião:

Este é o segundo romance de Rosamund Lupton, mas o primeiro que leio da autora. Este tem sido bastante aclamado pela crítica e com razão. A história é envolvente e surpreendente, quando damos por nós as horas passaram e mergulhamos naquele mundo para ficarmos envolvidos neste.

Rosamund Lupton, criou uma história original, envolta em mistério. Um incêndio deflagra na escola, Grace entra para tentar salvar a sua filha, Jenny. O desespero que sente e o amor estão bem patentes e a autora consegue transmitir esses sentimentos para o leitor de uma forma exemplar. Tal como foi referido anteriormente, ficamos agarrados na história.

As personagens que a autora criou são bastante realistas. Que mãe não arriscaria a sua vida para salvar um filho?

Grace, sacrifica a própria vida por amor, e tenta entender o porquê do incêndio e quem o terá desencadeado. Conforme a história vai avançado a coragem da mãe é posta prova e o mistério adensa-se e tudo se torna mais negro. Jenny é típica adolescente bonita, inteligente e que faz de tudo para que os seus pais não se preocupem. O seu namorado Ivo é o seu apoio. Mike, o pai sente-se desesperado e impotente por não conseguir proteger a sua família, a sua irmã, Sarah,a polícia, tenta desvendar toda a história.
Por todo o lado vemos suspeitos e vemos motivos, o final é surpreendente.

“Depois” é um thriller emocionante e envolvente que surpreenderá os leitores.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

[Opinião] “Sherlock, Lupin & eu – O trio da Dama Negra” de Irene Adler (Civilização Editora)



Sinopse:

Sherlock Holmes, Arsène Lupin e Irene Adler conhecem-se em Saint-Malo, por volta de 1870. Deveriam estar de férias, mas o destino trocou-lhes as voltas e os três veem-se envolvidos num crime: um colar de diamantes desaparece, é encontrado um homem sem vida na praia e uma silhueta escura aparece e desaparece sobre os telhados da cidade. A polícia está desorientada. Alguém terá de resolver o mistério…

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 224
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722635851
Coleção: Sherlock, Lupin e Eu

Opinião:

Neste livro vou começar por referir o aspecto gráfico desta edição, que é excelente e aliciante. A capa e a contracapa estão repletas de anúncios de época e artigos de jornal que estão relacionados com o livro e as suas personagens. Se a capa é de qualidade superior, o interior não lhe fica atrás, a forma como os capítulos estão organizados e as imagens introdutórias fazem lembrar os romances da segunda metade do Século XIX.

Passemos há história em si. Quem nunca imaginou viajar numa aventura com os seus heróis favoritos? Neste livro conhecemos a faceta de Sherlock enquanto jovem, assim como a Irene Adler e o Arsène Lupin. Cada um deles já apresenta as características que os tornaram famosos.

Neste primeiro volume ficamos a conhecer como é que eles se conheceram. Também os seguimos numa aventura em que tentam resolver um crime.

É um livro repleto de acção e de humor. Com a linguagem adaptada a crianças da faixa etária 9-11 anos é também agradável para adultos. O final é surpreendente e bastante interessante, principalmente a identidade do assaltante dos telhados.

Recomenda-se vivamente a todos os leitores independentemente da idade. Eu devorei este livro.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

[Opinião] “Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” de Geoff Dyer (Civilização Editora)



Sinopse:

O jornalista Jeff Atman está em Veneza para cobrir a abertura da Bienal de Arte. Espera ver muitas obras de arte, ir a muitas festas e beber muitos bellinis. Não espera conhecer a sedutora Laura, que irá mudar completamente a sua curta estadia na cidade.
Outra cidade, outro trabalho: desta vez nas margens do Ganges, em Varanasi. Por entre as multidões, os ghats e o caos da mais sagrada cidade hindu, espera-o um tipo diferente de transformação.
Uma narrativa muito bela sobre amor erótico e desejo espiritual, Jeff em Veneza, Morte em Varanasi é divertido, elegante, sensual, cómico, engenhoso e absolutamente cativante. Consagra Geoff Dyer como um dos mais provocantes e originais escritores britânicos.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 300
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722627245

Opinião:

Neste livro Geoff Dyer mostra dois extremos da condição humana: a vida na bienal em Veneza e a vida em Varanasi. Ele explora os extremos. Um livro que tem uma boa harmonia entre a acção e o erótico.
“Jeff em Veneza, Morte em Varanasi” está dividido em duas partes completamente antagónicas.
Na primeira parte Jeff encontra-se numa rotina, sente-se preso às pequenas rotinas do dia-a-dia e já não tem alegria na vida. A ida à bienal é algo de rotineiro até ele conhecer a Laura, que o seduz e se deixa seduzir por ele. Nesta parte do livro o autor mostra-nos um mundo de sexo e de drogas.
Na segunda parte o autor leva-nos até Varanasi, onde a morte rodeia todos. A fome e a pobreza contrastam com o mundo anterior como se se tratasse de um novo mundo. Aí ele lida com uma cultura diferente, com a simplicidade e com o mundo espiritual hindu.
De que forma ele é afectado por estas duas experiências?
As personagens estão muito bem caracterizadas e fogem aos estereótipos.
A escrita de Geoff é directa e sem rodeios, as descrições levam-nos aos locais onde se passa a acção. Desde a beleza de Veneza à decadência de Veranasi.
“Jeff em Veneza, Morte em Veranasi” é um livro completo, que agradará a um vasto leque de leitores.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

[Opinião] “Borboletas Nocturnas” de Karl Manders (Civilização Editora)



Sinopse:

Borboletas Nocturnas conta-nos as histórias paralelas de um pai e de um filho, separados ao longo dos difíceis anos do Pós Segunda Guerra Mundial. O pai, Cornelius, um comerciante holandês, foi libertado de Auschwitz, preso pelo exército russo sob a acusação de espionagem, deportado para Minsk e Moscovo para tocar numa banda de jazz, para depois ser enviado para um Gulag onde encontra o filho que praticamente desconhece. O filho, Dolboy, foi criado por uma tia numa quinta na Holanda, onde passava os dias a correr pelos campos. Um dia a sua corrida levou-o a um castelo habitado por borboletas nocturnas e por uma estranha rapariga que faz a criação destes animais. Original e absorvente, Borboletas Nocturnas é um romance sobre pessoas que são constantemente obrigadas a improvisar na vida, sobre regeneração e coragem para agarrar oportunidades.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 314
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722624947

Opinião:

Este é um livro muito surpreendente. Karl Manders utilizou as suas próprias experiências para criar um livro extremamente realista.
Em “Borboletas Nocturnas” acompanhamos a trágica história de um pai e de um filho, a qual foi marcada pela Segunda Guerra Mundial. A verdade crua acerca do Gulag é mostrada e o grau a que um ser humano consegue descer para sobreviver e os efeitos que isso tem numa pessoa. A sinopse fica muito além da qualidade que o livro apresenta.
Falemos das personagens. Cornelius é um homem bondoso que acaba envolvido numa situação complicada e acaba por pagar na pele por algo que não fez. Assistimos à destruição dele, passando a ser apenas uma sombra do homem que era. Dolboy, o filho, começa como um bebé e acompanhamos o seu crescimento até se tornar um homem diferente do que o seu pai era, mas também ele bondoso. Assistimos a sua evolução, a adolescência e a descoberta da sexualidade. As personagens secundárias estão pouco desenvolvidas e acabam por servir de plano de fundo a toda a história.
 Quanto à forma de escrever do autor, é bastante directa e forte. As descrições são curtas e directas: “Dolboy olhou para o espelho e viu um quarto iluminado por candeeiros com quebra-luzes de franjas em tons pastel. Viu paredes às riscas verde-musgo e rosa, pontuadas de estampas de querubins: querubins com lágrimas nas faces, querubins a lamber compota das colheres de pau, querubins com punhados de flores, inocentemente rasgadas. Habitava um reino de criaturas encantadoras, reunidas para lhe recordarem do seu propósito que era a representação de uma vida irreal, a vida de um brinquedo. Olhou para o espelho e viu uma criança imaculada, com delicado cabelo a esvoaçar em ondas esculpidas, as maçãs do rosto cheias e perfeitas, os lábios lembrando uvas sobre um queixo marcado por uma covinha. Olhou para os espelhos dos seus olhos espelhados e deleitou-sena inocente ventura de nada desejar. E depois tudo desapareceu.”
É um livro viciante e de fácil leitura. 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

[Opinião] “O Monte dos Vendavais” de Emily Brontë (Civilização Editora)


Sinopse:

Mr. Lockwood aluga uma casa no Yorkshire para uma calma temporada no campo. Contudo, certa noite, ao ver-se forçado a pernoitar na obscura mansão de Wuthering Heights à conta de uma forte tempestade, irá descobrir e quase reviver os tormentosos acontecimentos aí ocorridos anos antes, e que perduram no tempo como uma terrível maldição.
O Monte dos Vendavais centra-se na relação intensa entre Heathcliff, um jovem cigano adotado, e Catherine Earnshaw, a filha do próspero patriarca que acolhe Heathcliff no seio da sua família, e explora magistralmente as consequências trágicas da escolha que Catherine teve obrigatoriamente de fazer entre o amor de Heathcliff e as obrigações sociais a que estava sujeita por condição e nascimento. Esta é uma história de amor intenso e trágico que o tempo há muito consagrou.

Ficha técnica:

ISBN: 9789722635912
Páginas : 312 páginas
Capa dura

Opinião:
Neste livro acompanhamos o amor impossível de Heathcliff e de Catherine. Sabemos que estes nunca terão a oportunidade de serem felizes. É uma história condenada ao fracasso desde as primeiras páginas, sofremos os desamores das personagem e as escolhas que ambos fazem que os afastam um do outro.
Ambas as personagens são pessoas más e egoístas, as quais recorrem a todo o tipo de artimanhas para fazerem o outro sofrer. As personagens foram escritas há muito tempo atrás, mais precisamente no século XVIII, e apesar disto continuam tão reais como o eram naquela altura. O sentimento de possessão sobre outra pessoa ainda existe actualmente e a obsessão leva a comportamentos extremos. As personagens secundárias que Emily criou são igualmente ricas, alguns são loucos, outros rústicos, mas todos igualmente apaixonados e fortemente fiéis às suas convicções.
Um livro pesado e lúgubre. Repleto de emoções e de pontos altos.
A história é contada pela ama da Catherine, Nelly, a qual relembra todos os pormenores e o desenrolar dos acontecimentos. Emily Brontë escreveu um romance negro, que tem situações que nos arrepiam. As suas descrições transmitem todos os sentimentos que as personagens sentem em cada momento. Um excelente livro de uma das famosas irmãs Brontë.
Quanto a esta edição, adorei a capa dura. Admito que sou maluca por livros assim. São mais duradouros e quando lemos dão-me outra sensação. Temos no início um resumo da vida de Emily Brontë e das suas irmãs e uma pequena análise da obra, que é uma ajuda para nos situarmos na época em que esta foi escrita.
Este é um dos livros da nova coleção que a Editora Civilização lançou, a baixos preços temos acesso a alguns dos clássicos da literatura mundial. As capas são lindas como se pode ver na imagem seguinte. Espero que gostem tanto como eu deste livro.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

[Opinião] "O Circo dos Sonhos"de Erin Morgenstern (Civilização Editora)


Sinopse:
Um misterioso circo itinerante chega sem aviso e sem ser precedido por anúncios ou publicidade. Um dia, simplesmente aparece. No interior das tendas de lona às listas pretas e brancas vive-se uma experiência absolutamente única e avassaladora. Chama-se Le Cirque des Rêves (O Circo dos Sonhos) e só está aberto à noite.
Mas nos bastidores vive-se uma competição feroz - um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, que foram treinados desde crianças exclusivamente para este fim pelos seus caprichosos mestres. Sem o saberem, este é um jogo onde apenas um pode sobreviver, e o circo não é mais do que o palco de uma incrível batalha de imaginação e determinação. Apesar de tudo, e sem o conseguirem evitar, Celia e Marco mergulham de cabeça no amor - um amor profundo e mágico que faz as luzes tremerem e a divisão aquecer sempre que se aproximam um do outro.
Amor verdadeiro ou não, o jogo tem de continuar e o destino de todos os envolvidos, desde os extraordinários artistas do circo até aos seus mentores, está em causa, assente num equilíbrio tão instável quanto o dos corajosos acrobatas lá no alto.

Escrito numa prosa rica e sedutora, este romance arrebatador é uma dádiva para os sentidos e para o coração. O Circo dos Sonhos é uma obra fascinante que fará com que o mundo real pareça mágico, e o mundo mágico, real.

Ficha Técnica:


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 464
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722634267

Opinião:

A minha curiosidade por este livro nasceu primeiro com a capa, e depois com a sinopse. Quando o livro me chegou às mão senti imediatamente uma vontade enorme de o ler e mergulhar no mundo que Erin criou. O início é bastante enigmático e este tom é mantido por todo o livro, o que torna a sua leitura viciante. Somos imediatamente levados para a época vitoriana onde os circos estavam em voga e eram aguardados com grande ansiedade pelas populações, que corriam para os ver.

O que mais neste livro foi a subtileza do que é relacionado com a magia, esta acontece mesmo nos olhos dos comuns mortais, que a confundem com ilusionismo. O confronto entre as duas personagens não é directo, aquelas lutas de relâmpagos e de bolas de fogo que a literatura fantástica nos habituou são, aqui, inexistentes. A magia é subtil e o confronto algo belo e delicado. Com pequenas coisas que aparecem do ar e são adoradas. É um jogo de perícia e de vontades.

Todas as personagens, principais e secundárias, são ricas e profundas. Demonstrado todo o trabalho de construção da autora.

Acompanhamos o crescimento de Célia e Marco, alheios ao que o futuro lhes reserva e intimamente ligados um ao outro. O amor é inevitável. O que os separa é o egoísmo dos seus professores e o jogo que tem de continuar, até um deles ser vencedor, e isso à custa do quê? Conseguirão ser felizes? As respostas apenas se encontram nas últimas páginas, num final surpreendente e emocionante. Que vai muito além do esperado, levando o livro para um nível superior.

"O Circo dos Sonhos" é um livro com leitura fácil, descrições requintadas e onde acção que flui naturalmente. Como romance de estreia, Erin não podia ter feito melhor. Colocou a fasquia numa posição elevada para um segundo romance, aguardo ansiosamente por novidades.