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sexta-feira, 5 de abril de 2013

[Opinião] “A Caminhada” de Nelson Teixeira (Edições Vieira da Silva)



Sinopse:

Decorre o ano 1470, reina em Portugal D. Afonso V, o africano, como fora apelidado pelas suas conquistas em África. É o tempo de um império em constante crescimento e de descobertas marítimas sobre um vasto mundo ainda desconhecido.
 Alheio às conquistas e desconhecendo completamente o mundo lá fora, Ismael, um jovem pastor, guarda o seu insignificante rebanho numa encosta esquecida do Alentejo profundo. Perdido nos seus devaneios, mitiga um pressentimento que o persegue há dias e acaba por descobrir que uma torre muito particular faz parte dessa sua premonição. Um sonho desconcertante sobre um tesouro e uma lenda ditam a partida forçada da sua terra natal, encaminhando-o para um rumo desconhecido e sempre cheio de sobressaltos. Inesperadamente vê-se envolvido em superstições antigas e em maldições conduzidas por lendas sem memória que o atiram para o passado… levando-o à caminhada para a descoberta do seu tesouro.

Ficha técnica:
Coleção: Ficção
ISBN: 978-989-8545-94-7
Depósito Legal: 351756/12

Opinião:
Este livro despertou-me a curiosidade quando li a sinopse no site da editora. A história é interessante e divertida repleta de aventuras e desventuras.  A época que Nelson escolheu para colocar a acção é repleta de superstições e de mitos, sereias, adamastor e outros.
O livro acabou por me desiludir a nível da escrita, com reticências a mais, repetições, erros nos tempos verbais, tanto fala no presente como no passado, dificultando assim a leitura. Ismael por vezes só sabe dizer “Ah” o que leva ao diálogo perca o interesse, e torna a personagem ignorante. A linguagem não está adaptada à época, não vejo um homem do século XV a dizer gajo como o autor pôs, caso existisse o grafismo e o significado seriam completamente diferentes.
Também há erros a nível de factos históricos, em 1470 ainda se pensava que a Terra era redonda, a circunavegação ocorreu em 1520 e os marinheiros não falavam no outro lado da terra, como é o caso da página 73.
Neste livro os marinheiros são muito mais letrados do que seriam na época, sabiam muito mais de história de Portugal do que deviam.