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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

[Opinião] “O Manipulador” de John Grisham (Bertrand Editora)


Sinopse:

Raymond Fawcett, juiz federal da Virgínia, e a sua secretária são encontrados mortos em casa. Não há sinal de luta, nem impressões digitais, nem testemunhas. Nada, exceto um cofre-forte vazio.

Depois de alguns meses, a investigação do FBI não avançou um milímetro. E é aí que entra em cena Malcolm Bannister, de 42 anos, negro, advogado de profissão, condenado a 10 anos de prisão por um crime que não cometeu e ainda com cinco anos de pena por cumprir.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 352
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722527194

Opinião:

John Grisham ficou conhecido pelo seu romance “A Firma”, todos o associam a este grande êxito. Recentemente li um livro deste autor com um registo um pouco diferente o “Teodore Boone – O miúdo advogado”, o qual já foi criticado aqui no blog anteriormente.

Novamente, John Grisham conseguiu-nos atrair para uma leitura acordados a noite inteiro para o terminar. A história é-nos revelada aos poucos e Grisham não nos vai mostrar logo as cartas que tem na mão. O leitor é deixado tão às cegas como o FBI. Seguimos os passos do personagem principal Malcom Bannister, conforme ele quer que conheçamos a história e acreditamos em tudo o que ele nos conta, mas ficamos com a impressão que há algo mais que ele não mostra.

Esta personagem parece sber mais do qualquer outro. Temos agentes do FBI todos eles sem excepção, são caracterizados como um pouco desnorteados nesta história toda. Não conseguem encontrar qualquer pista, nem nenhum culpado para o assassinato de Raymond Fawcett. E tudo depende de uma denúncia que parece estar correcta, mas ser boa demais para ser verdade.

Ao longo do Romance vemos o FBI a ser genialmente manipulado e a mover-se de acordo com os dordéis que lhe foram impostos de uma forma tão subtil que não se apercebem de nada nem mesmo quando a teia é tão intrincada que eles deixam de ter controlo da situação e dos seus intervenientes.

Grisham optou por escrever o romance primeiro na primeira pessoa, quando Bannister nos narra os eventos e na terceira pessoa quando este não se encontra presente. Isto permite-nos uma melhor compreensão dos eventos e do que está a acontecer.

O final esse sim é excelente, imprevisto e só nos faz pensar “meu grande c....”

Este é um excelente romance, viciante e vibrante que agarra o leitor desde o início. Acabamos por descobrir que o verdadeiro manipulador é o próprio Grisham.